Como um Deus bom e amoroso pode enviar almas para o Inferno?

O inferno é o estado de separação eterna da comunhão com Deus e os abençoados no Céu. Deus não envia ninguém para o Inferno sem que essa pessoa tenha escolhido a separação completa dele. Ao nos permitir a liberdade de escolher o bem ou o mal, Deus necessariamente permite que cada pessoa o aceite ou o rejeite. Aqueles que morrem tendo rejeitado intencionalmente e definitivamente a Deus e sua graça salvífica — muitas vezes violando seus Mandamentos de forma grave e então recusando o arrependimento — colocam-se no Inferno, o estado de autoexclusão eterna de sua presença. Assim, as almas no Inferno são aquelas que morrem teimosamente impenitentes do pecado mortal, recusando o amor e a misericórdia de Deus até o fim. Jesus falou frequentemente do Inferno como "fogo" e "escuridão" onde os condenados "estarão chorando e rangendo [seus] dentes" (Lucas 13:28). As almas no Inferno sofrem continuamente a separação de Deus, mesmo enquanto chafurdam no ódio a ele. (Cf. CCC 1035-1036) Não podemos nos unir a Deus a menos que escolhamos livremente amá-lo. Não podemos amar a Deus se pecarmos gravemente contra ele, contra o próximo ou contra nós mesmos: "Quem não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia seu irmão é assassino, e vocês sabem que nenhum assassino tem a vida eterna permanecendo nele" (1 João 3:14-15) Morrer em pecado mortal — sem arrependimento e sem buscar refúgio no amor compassivo de Deus — implica uma escolha voluntária de se separar dele. Deus respeita nossa liberdade e não nos forçará a escolhê-lo ou a obedecer à sua vontade. (Cf. CCC 1033-1034) Deus deseja que todas as pessoas sejam salvas e se tornem uma com ele. A liturgia da Igreja reza para que todos busquem e encontrem Deus e que sua misericórdia possa atrair todos para a vida eterna. (Cf. CCC 1037) O Catecismo da Igreja Católica, parágrafos 1033 e 1037, aborda esta questão.

-A Bíblia Didache