São Miguel Arcanjo
Igreja Católica da Arquidiocese de Boston. Hudson, Massachusetts
O Sacramento da Penitência e Reconciliação, ou simplesmente Confissão, foi instituído por Cristo para perdoar os pecados cometidos após o Batismo. O Batismo nos purifica de todo pecado, mas a inclinação ao pecado, ou concupiscência, continua sendo parte da condição humana. Cristo estabeleceu o Sacramento da Reconciliação como um meio para receber o perdão de Deus e a cura pelos pecados cometidos após o Batismo. (Cf. CCC 986,1423,1486)
Cristo confiou este ministério aos Apóstolos (cf. João 20,23), e este poder é transmitido através do Sacramento da Ordem Sagrada. Através do Sacramento da Penitência, Deus reconcilia o penitente consigo mesmo e com a sua Igreja e restaura a sua amizade depois de ter sido quebrada pelo pecado mortal ou ferida pelo pecado venial. (Cf. CIC 976, 1446)
Para receber o perdão de Deus, o penitente deve ter contrição por seus pecados. Quando uma pessoa se arrepende dos pecados por amor a Deus, isso é chamado de contrição perfeita; quando a tristeza surge do medo do Inferno ou da punição, é chamada de contrição imperfeita. Tanto a contrição perfeita quanto a imperfeita são suficientes para o perdão divino. (Cf. CCC 1440, 1451-1454) A forma do Sacramento mudou ao longo dos séculos, mas seus elementos essenciais — admissão de culpa, contrição, absolvição e penitência — permaneceram. No Rito da Penitência, o penitente confessa em voz alta a um bispo ou padre, que concede a absolvição e prescreve uma penitência ou restituição. (Cf. CCC 1447,1450, 1460,1491, 1494) Além de perdoar os pecados, o Sacramento da Penitência restaura a graça santificante perdida pelo pecado mortal, perdoa a pena eterna e parte da pena temporal devida ao pecado, concede graças reais para evitar o pecado no futuro, reconcilia o penitente com a Igreja e dá paz de consciência e consolação espiritual. (Cf. CCC 980, 1422,1468-1471,1496) Embora a Igreja exija que os católicos confessem todos os pecados mortais pelo menos uma vez por ano, é melhor confessar qualquer pecado mortal o mais rápido possível. A Igreja recomenda a confissão frequente, mesmo de pecados veniais, como uma forma de ajudar a combater tendências pecaminosas. (Cf. CCC 1456-1458)
O Catecismo da Igreja Católica aborda esta questão, parágrafo 1434
-A Bíblia de Didache
É chamado de Sacramento da Conversão porque torna sacramentalmente presente o chamado de Jesus à conversão, o primeiro passo para retornar ao Pai, de quem nos afastamos pelo pecado. É chamado de Sacramento da Penitência, pois consagra os passos pessoais e eclesiais de conversão, penitência e satisfação do pecador cristão.
É chamado de Sacramento da Confissão, uma vez que a revelação ou confissão dos pecados a um padre é um elemento essencial deste sacramento. Em um sentido profundo, é também uma "confissão" — reconhecimento e louvor — da santidade de Deus e de sua misericórdia para com o homem pecador. É chamado de Sacramento do Perdão, uma vez que pela absolvição sacramental do padre Deus concede ao penitente "perdão e paz". É chamado de Sacramento da Reconciliação, porque transmite ao pecador o amor de Deus que reconcilia: "Reconciliai-vos com Deus". Aquele que vive pelo amor misericordioso de Deus está pronto para responder ao chamado do Senhor: "Vai; primeiro reconcilia-te com teu irmão." — Catecismo Católico dos Estados Unidos para Adultos
Os Evangelhos fornecem inúmeros exemplos da missão de Cristo de perdoar pecados.
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-Catecismo Católico dos Estados Unidos para Adultos
O Senhor Jesus Cristo, médico de nossas almas e de nossos corpos... quis que sua Igreja continuasse, no poder do Espírito Santo, sua obra de cura e salvação. - Catecismo da Igreja Católica, n.º 1421Por causa da fraqueza humana, a nova vida em Cristo, que recebemos nos Sacramentos da Iniciação, é frequentemente ameaçada pelo pecado. Além disso, todos nós enfrentamos a doença e a morte. Deus constantemente nos alcança para nos reconciliarmos com ele. Por meio dos dons da Igreja, Jesus, nosso médico divino, nos deu os Sacramentos da Cura — Penitência e Reconciliação e Unção dos Enfermos — para o perdão dos pecados e o ministério aos doentes e moribundos. Os pecados cometidos após o Batismo são perdoados no Sacramento da Penitência e Reconciliação. - Catecismo Católico dos Estados Unidos para Adultos
Somente Deus pode perdoar nossos pecados. Mas Jesus quis que a Igreja fosse seu instrumento de perdão na terra. Na noite de Páscoa, o Cristo Ressuscitado transmitiu a seus Apóstolos seu próprio poder de perdoar pecados. Ele soprou sobre eles, transmitindo o prometido Espírito Santo, e disse: "A paz esteja convosco". Jesus estava, na verdade, enchendo-os com a paz que está enraizada na amizade com Deus. Mas ele fez mais. Ele compartilhou com eles sua própria missão misericordiosa. Ele soprou sobre eles uma segunda vez e disse:
Naquela noite, Jesus deu à Igreja o ministério do perdão dos pecados por meio dos Apóstolos (cf. CCC, n.º 1461). Pelo Sacramento das Ordens Sagradas, bispos e padres continuam este ministério de perdoar pecados “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Neste Sacramento, o padre age na pessoa de Cristo, a Cabeça da Igreja, para reconciliar o pecador com Deus e com a Igreja. “Quando celebra o Sacramento da Penitência, o padre está cumprindo o ministério do Bom Pastor que busca a ovelha perdida... O padre é o sinal e o instrumento do amor misericordioso de Deus pelo pecador”. (Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1465)
-Catecismo Católico dos Estados Unidos para Adultos
O que é o selo da Confissão?
Dada a delicadeza e grandeza deste ministério e o respeito devido às pessoas, a Igreja declara que todo padre que ouve confissões é obrigado, sob penas muito severas, a manter segredo absoluto sobre os pecados que seus penitentes lhe confessaram. Ele não pode fazer uso do conhecimento que a confissão lhe dá sobre a vida dos penitentes. Este segredo, que não admite exceções, é chamado de "selo sacramental", porque o que o penitente fez saber ao padre permanece "selado" pelo sacramento. - Catecismo da Igreja Católica, n.º 1467
O Sacramento da Penitência envolve
Para aqueles que cometem pecado mortal depois do Batismo, este Sacramento é necessário para se reconciliarem com Deus e com o Corpo Místico de Cristo.
Conversão do Coração
O Sacramento da Penitência deve ser visto dentro do contexto da conversão do pecado e uma volta para Deus. Pedro chorou amargamente por sua tripla negação de Cristo, mas recebeu a graça da conversão e a expressou com uma tripla confissão de amor por Jesus (cf. Lucas 22:54-62; João 21:15-19). Paulo foi convertido de perseguidor de cristãos para se tornar um dos maiores discípulos de Cristo que já viveram (cf. Atos 9:1-31). Esses momentos de conversão foram apenas o começo de seu compromisso ao longo da vida de viver em fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo. O pecado prejudica nosso relacionamento com Deus e prejudica nossa comunhão com a Igreja. A conversão do coração é o começo de nossa jornada de volta a Deus. Liturgicamente, isso acontece no Sacramento da Penitência. Na história da Igreja, este Sacramento foi celebrado de diferentes maneiras. Abaixo das mudanças, sempre houve dois elementos essenciais: os atos do penitente e os atos de Cristo por meio do ministério da Igreja. Ambos andam de mãos dadas. A conversão deve envolver uma mudança de coração, bem como uma mudança de ações. Nenhuma das duas coisas é possível sem a graça de Deus.
O que acontece durante o Sacramento da Penitência?
Na Liturgia da Penitência, os elementos são normalmente estes: uma saudação e bênção do padre, uma leitura da Escritura, a confissão dos pecados, a entrega e aceitação de uma penitência, um ato de contrição, a absolvição do padre, uma proclamação de louvor a Deus e uma despedida.
Oferecemos aqui uma descrição dos atos do penitente e do sacerdote.
Contrição
Para sermos perdoados, precisamos ter tristeza pelos nossos pecados. Isso significa nos afastar do mal e nos voltar para Deus. Inclui a determinação de evitar tais pecados no futuro. Tais pecados podem ser mortais ou veniais. A contrição que surge do amor de Deus acima de tudo é chamada de “contrição perfeita”. Essa tristeza amorosa perdoa pecados veniais e até mesmo pecados mortais, desde que resolvamos confessá-los o mais rápido possível. Quando outros motivos, como a feiura do pecado ou o medo da condenação, nos levam à confissão, isso é chamado de “contrição imperfeita”, que é suficiente para o perdão no Sacramento. O Espírito Santo nos move em ambos os casos e inicia a conversão.
Confissão
A confissão nos liberta dos pecados que perturbam nossos corações e torna possível a reconciliação com Deus e com os outros. Somos convidados a olhar para nossas almas e, com um olhar honesto e sem piscar, identificar nossos pecados. Isso abre nossas mentes e corações para Deus, nos move em direção à comunhão com a Igreja e nos oferece um novo futuro. Na confissão, ao nomear nossos pecados diante do padre, que representa Cristo, enfrentamos nossas falhas mais honestamente e aceitamos a responsabilidade por nossos pecados. É também na confissão que um padre e um penitente podem trabalhar juntos para encontrar a direção necessária para que o penitente cresça espiritualmente e evite o pecado no futuro (cf. CCC, n.º 1455,1456). Quando examinamos nossas consciências e assumimos a responsabilidade por nossos pecados, então os confessamos ao padre. Devemos confessar todos os nossos pecados mortais em espécie e número. A Igreja recomenda fortemente a confissão de pecados veniais, embora isso não seja estritamente necessário.
Absolvição
Depois de confessarmos nossos pecados ao padre, recebemos algum encorajamento do padre para nosso crescimento moral e espiritual. O padre então nos dá uma penitência e nos pede para dizer um Ato de Contrição. Então o padre concede a absolvição, isto é, ele nos liberta de nossos pecados, usando o poder que Cristo confiou à Igreja e pelo qual ele perdoa os pecados do penitente (cf. CCC, n.º 1424).
A absolvição tira o pecado, mas não remedia todas as desordens que o pecado causou” (CIC, n.º 1459). É óbvio que precisamos reparar certos danos que nossos pecados causaram, como restaurar a reputação de alguém que prejudicamos, devolver dinheiro que roubamos ou retificar uma injustiça. O pecado também enfraquece o relacionamento que temos com Deus e com os outros. Nossa vida interior é prejudicada pelo pecado e precisa de restauração. Esta é a razão dos atos de penitência e satisfação pelos pecados. A penitência dada pelo padre nos ajuda a começar a fazer satisfação pelos nossos pecados. Assim como quando ficamos fisicamente fora de forma, precisamos fazer algum exercício, também quando a alma está moralmente fora de forma, há o desafio de adotar exercícios espirituais que a restaurem. Obviamente, isso é sempre feito em cooperação com as graças de Deus, que são essenciais para a cura.
Quais são os efeitos deste Sacramento?
"Todo o poder do sacramento da Penitência consiste em nos restaurar à graça de Deus e nos unir a Ele em uma amizade íntima."
A reconciliação com Deus é, portanto, o propósito e o efeito deste sacramento. Para aqueles que recebem o sacramento da Penitência com o coração contrito e disposição religiosa, a reconciliação é geralmente seguida de paz e serenidade de consciência com forte consolação espiritual." De fato, o sacramento da Reconciliação com Deus traz uma verdadeira "ressurreição espiritual", restauração da dignidade e das bênçãos da vida dos filhos de Deus, das quais a mais preciosa é a amizade com Deus. Este sacramento nos reconcilia com a Igreja. O pecado danifica ou mesmo rompe a comunhão fraterna. O sacramento da Penitência a repara ou restaura. Neste sentido, ele não cura simplesmente aquele que foi restaurado à comunhão eclesial, mas também tem um efeito revitalizante na vida da Igreja que sofreu com o pecado de um de seus membros. Reestabelecido ou fortalecido na comunhão dos santos, o pecador é fortalecido pela troca de bens espirituais entre todos os membros vivos do Corpo de Cristo, seja ainda em peregrinação ou já na pátria celestial. - Catecismo da Igreja Católica, n. 1468, 1469
Neste Sacramento, o penitente recebe o julgamento misericordioso de Deus e é engajado na jornada de conversão que leva à vida futura com Deus. A Igreja também recomenda que uma pessoa vá regularmente à confissão, mesmo que seja apenas para pecados veniais. Isso ocorre porque “a confissão regular de nossos pecados veniais nos ajuda a formar nossas consciências, lutar contra as más tendências, deixar-nos curar por Cristo e progredir na vida do Espírito” (CIC, n. 1458).
-Catecismo Católico dos Estados Unidos para Adultos
Em nossas igrejas, contemplamos Jesus pregado na cruz, uma imagem que nos lembra de seu doloroso sacrifício para trazer o perdão de todos os nossos pecados e culpas. Se não houvesse pecado, Jesus não teria sofrido por nossa redenção. Cada vez que vemos o crucifixo, podemos refletir sobre a infinita misericórdia de Deus, que nos salva através do ato reconciliador de Jesus. Apesar dos esforços da sociedade para minimizar a realidade do pecado, há um reconhecimento instintivo de sua existência. As crianças geralmente sabem, mesmo quando não são informadas, quando fizeram algo moralmente errado. Os adultos admitem prontamente o mal do terrorismo, da guerra injusta, das mentiras, do tratamento injusto das pessoas e de questões semelhantes. A sociedade como um todo também deve aprender a admitir o mal do aborto, do suicídio assistido por médicos e da obtenção de células-tronco de embriões, o que resulta na morte da vida humana embrionária. Negar o mal nos corrompe espiritual e psicologicamente. Racionalizar nosso próprio mal é ainda mais destrutivo.
-Catecismo Católico dos Estados Unidos para Adultos
A misericórdia é o núcleo central da mensagem do Evangelho; é o próprio nome de Deus, o Rosto com o qual ele se revelou na Antiga Aliança e plenamente em Jesus Cristo, encarnação do Amor criador e redentor. Que este amor misericordioso também brilhe no rosto da Igreja e se manifeste através dos sacramentos, em particular o da Reconciliação, e nas obras de caridade, tanto comunitárias como individuais. Que tudo o que a Igreja diz e faz manifeste a misericórdia que Deus sente pelo homem.
—Papa Bento XVI, discurso da Rainha do Céu, 30 de março de 2008
O Sacramento da Penitência é uma experiência do dom da misericórdia ilimitada de Deus. Ele não apenas nos liberta de nossos pecados, mas também nos desafia a ter o mesmo tipo de compaixão e perdão por aqueles que pecam contra nós. Somos libertos para sermos perdoadores. Obtemos uma nova percepção das palavras da Oração de São Francisco: "É perdoando que somos perdoados". Com a ajuda da graça de Deus, nosso chamado à santidade será mais claro quando recuperarmos a consciência da realidade do pecado e do mal no mundo e em nossas próprias almas. As Escrituras serão enormemente úteis nisso, pois revelam o pecado e o mal de forma clara e destemida. O realismo das Escrituras não hesita em pronunciar julgamento sobre o bem e o mal que afetam nossas vidas. O Novo Testamento está repleto de chamados à conversão e ao arrependimento, que precisam ser ouvidos em nossa cultura hoje.
São Miguel Arcanjo
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